Esta é uma série composta de pinturas a óleo e a guache sobre cartão. As pinturas mostram as janelas como elementos imagísticos. Janelas que se abrem para recortes de mundos: de dentro para fora e de fora para dentro. Detalhes que participam das pinturas como expressão da minha imaginação. As obras registram a nostalgia de espaços e de jardins. Espaços definidos por uma geometria, que torna as janelas cantos de jardins. Refúgios das vegetações públicas e particulares, extensões de jardineiras e de muros. Janelas que redesenham a paisagem que meus olhos percorrem e contemplam. Um conjunto de pinturas que trata os espaços como geometria, reveladora da expansão das formas múltiplas que, à distância, se mesclam com a luz. Nesse cenário, a paisagem se manifesta fluida e não se cristaliza sob o olhar do observador fruitivo e despreocupado. O observador e a paisagem aceitam ‘ver’ e ser ‘vistos’, descortinam-se mutuamente: um no espaço de intuições e o outro no espaço de generosidades.
Nina de Souza-Lima.
Belo Horizonte, 2015